"Lembre-se sempre, o resultado das ações do potencial adulto que
está naquela criança, depende da qualidade da instrução que ora recebe"
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Quando se ensina alguma coisa, o que seja, ensina-se
também a colher com sabedoria os resultados, e também a se preparar para os
contratempos. Ambos fazem parte do aprendizado, e não apenas a maneira de se
fazer a coisa. Uma criança ainda requer de muita experimentação antes de ser
capaz de compreender cada coisa, por isso, a expectativa de resultados
insatisfatórios, ou parciais, assim como a perspectiva de resultados positivos
em qualquer empreendimento, deve fazer parte de sua instrução preliminar.
Não existe ilustração melhor do que
ensinar a fazer. Nada supera a confecção de uma obra pelo seu próprio autor.
Assim, mostrar como fazer, vale mais que dizer que pode ser feito. Ainda assim,
tudo começa com a demonstração de que aquilo pode ser realizado, desde que se
possua a devida habilidade, ou instrução. |
Uma obra sem utilidade, para uma criança, vale tanto
quando uma pedra preciosa para uma galinha. Sua motivação é diretamente
proporcional à utilidade da coisa produzida, seja para si mesmo, seja para
outros. Do mesmo modo, enganá-la com falsas propostas ou promessas, equivale e
comprometer sua auto-estima. Ocorre que ela não reage às frustrações como um
adulto, mas antes disso, tende a se sentir rejeitada, inferiorizada, sem
importância, já que vê no resultado do seu trabalho, a si mesmo.
Assim, seu trabalho representa sua pessoa, e a forma
como esse trabalho será recebido, rejeitado, criticado, utilizado, apreciado,
aceito, será também o modo como se sentirá como individuo. Ao sentir a
inutilidade do seu trabalho, assim também se sentirá como pessoa, e a mesma
coisa vale para a aceitação, ou crítica construtiva.
Uma crítica construtiva, longe de ser um elogio, ou
uma espécie de recompensa, tem mais valor se bem compreendida como função
motivadora |
. Comentar de forma clara sobre o trabalho, como, por exemplo, discutir um texto
escrito, de modo que ela perceba que o mesmo foi lido e analisado, torna-se uma
excelente forma de motivação, e abre espaço para a crítica construtiva. Desse
modo, ela tenderá a aceitar as ressalvas, correções, como uma forma clara de
orientação e nunca de rejeição. |
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Conhecer uma criança, não apenas seu nome, ou o nome
dos seus pais, mas, daquilo que não gosta, ou gosta, abre um espaço gigantesco,
para que o educador tenha acesso à mesma. Ela o permitirá, pois saberá que ele a
conhece, e por isso mesmo, deve saber o que é melhor para ela. Também, o
educador sensato, o deve demonstrar publicamente, que conhece cada uma delas.
Isso se consegue com comentários discretos, enfatizando ou ilustrando os gostos
pessoais de cada uma. Mentalmente ela dirá: "Nossa, ele ainda lembra de mim...".
Cuidado deve ter, entretanto, para
nunca, sob nenhuma circunstância ou alegação, criar ambientes competitivos entre
elas. Seja por preferir uma ou outra, seja por elogiar o pior ou melhor
desempenho de quem quer que seja. Motivar uma criança não deve ter como terreno
a desmotivação do restante do grupo, e é exatamente isso que ocorre, ao
preferirmos ou destacarmos alguém, ou seu trabalho, de forma seletiva, ou
ostensiva. |
"Fazer a criança sentir-se necessária é a fórmula certa para se
ter um adulto autoconfiante"
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O educador consciente sabe como fazer para
nivelá-las, sem destacar uma ou outra, sem fazê-las sentirem-se inferiores ou
superiores aos seus amigos, o que poderia incentivar a competição interna, a
disputa por preferências, a falta de entendimento e sintonia do grupo. Aquela
que sabe mais, ou que demonstra maior interesse, deve ser tratada com a devida
atenção, mas sem demonstração explicita de que há preferências, ou que as demais
são inferiores, ou preteridas.
Incentiva-se uma criança claramente destacada no
meio do grupo, de forma discreta e com inteligência. Se ela é curiosa, deve ser
incentivada de forma indireta a desenvolver ainda mais sua curiosidade. Nesse
caso, a mensagem deverá ser dada para todo o grupo, e aqueles indivíduos mais
interessados, entenderão que se trata de uma orientação direta para eles.
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"Uma criança motivada é naturalmente disciplinada"
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Recompensas, elogios fáceis, promessas de sucesso,
práticas comuns usadas para motivar ou incentivar as crianças a realizarem suas
tarefas, obrigações, ou mesmo cuidados pessoais, devem ser evitadas à todo
custo. Deverá o educador, substituir tudo isso, pelo simples reconhecimento de
um trabalho bem feito, ou interesse sincero pelo andamento de uma tarefa ainda
pendente. Deve estar disposto a ouvir as explicações das mesmas, de como
realizaram aquele trabalho, e mesmo, contribuir pessoalmente, com sugestões
individuais ou coletivas. |
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Outra forma de elogiar, de dar novo ânimo a todo
grupo, de modo a não haver comparações, ou despertar ciúmes, é ensiná-las a
trabalhar em equipe, deixando claro que, para uma tarefa dessa natureza, onde
cada uma tem uma função, todas são igualmente necessárias e importantes. Deve
ainda enfatizar ao grupo, que o tamanho de uma atividade, não quer dizer menos
ou mais, mas igualmente importantes. Use pequenos contos como analogias, elas
gostam de ouvir e ainda aprenderão alguma coisa útil.
Na formatação de uma equipe, o educador deve
conhecer as capacidades e personalidades de cada um, cuidando de não incluir num
mesmo grupo, crianças de temperamentos contrários. Conhecendo as disposições
psicológicas e habilidades individuais, poderá agrupá-las em equipes que se
complementem.
Finalmente, não se
motiva uma criança, comparando seu resultado com o do seu colega, ou de um
estranho. Mais eficaz e sensato, é dar-lhe desafios sempre crescentes, e
acompanhar de perto seu progresso, ou dificuldades. E ao perceber o interesse do
educador pelo seu trabalho, ela se sentirá motivada e responsável, pois, como
foi dito antes, para ela, o trabalho e a sua pessoa, é uma só coisa.
Autor: Jon
Talber - jontalber@gmail.com FONTE: |
http://sitededicas.uol.com.br/a-crianca-e-a-motivacao.htm
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